Esta não é uma postagem bacana

Hoje é um daqueles textos que eu não queria mesmo escrever, mas se não escrevesse a coisa ficaria pipocando na minha cabeça até eu gritar bem alto como aquelas loucas que fazem escândalos no ônibus e eu realmente não quero ser a louca do ônibus (contento-me em ser a louca desse pequeno blog). De dois anos pra cá vem crescendo uma moda que é barata e pode ser usada facilmente como um acessório por qualquer pessoa, moda essa chamada: ativismo de internet. Eu acho produtivo postar mensagens de apoio a certa causa ou denúncias, até porque isso mobiliza opinião pública e também é um vetor importante na formação de opinião de muitas pessoas, porém existe um limite chamado hipocrisia, que muitas pessoas (as públicas principalmente) vem ultrapassando didaticamente. Tem atriz "vegetariana" fazendo comercial de carne. Tem modelo "vegan" fazendo propaganda de sapatos de couro. Blogueira feminista chamando gurias de puta pelo Twitter. Ah e existe todo um público de babacas pra acompanhar esse pessoal: nós.

Ser politicamente correto e diferente na internet está na moda, já em outros setores da vida está tudo bem rir da piada homofóbica, comentar quando uma amiga nossa usa uma roupa muito curta, falar sobre a vida sexual das pessoas (como se tivéssemos algo a ver com isso). Acho que se a geração dos nossos pais era a geração coca-cola, nós somos a geração chá verde importado da Índia sem conservantes, porque isso não faz um danado estrago no corpo, pelo qual paguei uma pequena merreca (na verdade não paguei foram meus pais). Somos a geração que grita  "não julgue" e depois chamamos nossa colega de sala de puta porque engravidou. Somos a geração que luta pelo fim do abuso infantil, mas que nas festinhas por aí acha graça de música sobre "novinhas". Pior ainda, somos hipócritas para porra! Porque conseguimos negar tudo isso ou ainda pior: limpar toda essa cagada com um paninho chamado "é brincadeirinha". Somos todos racistas e egoístas, mas ninguém consegue se dignar a admitir isso. E esse é nosso pior erro. Ser ativista de facebook, mas não defender uma amiga do machismo, um colega do racismo ou qualquer pessoa que sofra preconceito, é o mesmo que não ter nenhuma opinião formada, é até pior. Deixo aqui um apelo: não seja essa pessoa, que vai pela onda, pela moda. Modas passam, caráter não.

Um comentário:

  1. Ainda busco alguma resposta quanto a isso. o porquê de tanta hipocrisia, num momento de tanta exposição...!

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