Essa semana, eu conversei com um amigo meu sobre o efeito da
aparência dos outros nas igrejas. Resumindo a conversa, esse amigo é membro de uma Igreja
Evangélica muito tradicional em nosso país, que eu não vou mencionar, pois o
assunto pode ofender outros membros ou estes podem simplesmente não gostar do
tópico.
Não quero entrar no âmbito religioso, mas essa conversa me
fez refletir sobre o poder da aparência até nos dias atuais, quando nós achamos
que somos tão problematizadores e sem preconceitos. Eu tenho uma parte do cabelo pintado de azul e uso um
piercing no septo, e posso garantir que sou julgada diferente de amigas minhas
que tem uma aparência, digamos, comum.
Na minha própria sala de aula muitos colegas acharam (e
devem achar) por bem optar sobre minha sexualidade apontando para o modo como
me visto como prova protuberante da minha hipotética homossexualidade, a parte
engraçada é que minhas amigas que apresentam homossexualidade ou bissexualidade
não são nada parecidas comigo. Nenhuma delas tem cabelo pintado, usa piercing ou muito
preto (não que não existam mulheres homossexuais que pintem o cabelo, usem
piercings e gostem muito de preto), mas isso não é uma regra.
Você não pode dizer quem uma pessoa é baseada no modo como
ela parece. Você não pode dizer o que se passa dentro do coração de
alguém pelo modo como a pessoa se veste. Tenho amigos tatuados que já foram maltratados ou
menosprezados por professores por conta
do modo como aparentam. Quantas vezes nós já escondemos bolsas, celulares e
carteiras ao nos vermos próximos de um jovem negro? Ou quantas vezes já confiamos em um lobo em pele de
cordeiro por causa de uma aparência, como diz a própria expressão, mais
certinha.
Sei que coisas como essas não podemos mudar de um dia pra o
outro, são conceitos passados a nós por nossos pais e por sua vez a eles
passados por nossos avós e assim em diante, porém, todo dia é dia de se refletir sobre o modo como
julgamos os demais. Deixo com vocês com esse versículo tão famoso, Mateus 7:1-3.
Não julguem, para que
vocês não sejam julgados, pois da mesma maneira que julgarem, vocês serão
julgados; e à medida que usarem, também será usada para medir vocês; Por que você repara no
cisco que está no olho do irmão e não se dá conta da viga que está em seu
próprio olho?
O que quero deixar de mensagem aqui é: você que é cristão, você segue um homem que defendia adúlteras, que se aproximava daqueles que
todos desprezavam e que nunca olhou pra ninguém apenas com os olhos, mas olhava
com amor e com empatia, porque sabia o valor de cada pessoa e tratava cada uma como única. Além do mais, como diz aquele ditado popular, cada macaco no
seu galho, preocupe-se com a sua aparência e sua vida, não com a dos demais. Pratique a empatia e o amor ao próximo.
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